segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Napoli


Nápoles é um lugar realmente surpreendente! Depois de todos os conselhos para evitar este local e de todas a s pessoas me falarem o pior deste fervilhante cidade, decidi-me e, juntamente com a minha maninha, embarcamos nesta aventura.
O primeiro impacto, para quem chega de comboio, não é realmente o melhor. A grande confusão, o degredo e o lixo são logo visíveis. A cidade apresenta-se-nos à chegada a sua pior face. É quase a custo que se encontra motivação para a partida da descoberta. Contariando os conselhos dos colegas italianos que me sugeriram a visita apenas da marginal e de pontos mais turísticos (o Alberto que me perdoe!) fizemos o degradante percurso a pé que leva da estação até ao centro histórico. Durante este período não tivemos coragem de pegar nas máquinas, telemóveis e escondemos todos os sinais - mapas, etc. - que pudessem revelar sermos turistas naquela cidade.
A via tribunal revela e concentra a verdadeira essência de Nápoles. Percorre-la apresenta-se, para mim, a melhor experiência que se pode viver enesta cidade. Assiste-se a um desfilar de casas, igrejas, pequenas e médias praças, feiras e mercados, polvilhado com cores fortes e quentes e com uma energia e vibração constantes. A uma pergunta a um local as pessoas olham-nos fixamente e acompanham-nos pela rua. Vêe-se pessoas nas varandas e as motas deslizam como numa auto-estrada. Aqui vive-se. Intensamente.
A tudo isto somam-se a ruína, o lixo, as pinturas e grafitis por todo o lado. Surpreendo-me constantemente com esculturas de pedra partidas. Apetece eliminar o excesso, o descuido e a falta de estima mas não será isto afinal que forma a personalidade desta cidade e a permite o encarar do mundo com esta liberdade e espontaneidade. Permito-me se Nápoles existiria realmente sem todo este burburinho e sem esta bruta faccia.

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